quarta-feira, 9 de maio de 2012

Um ano de união homoafetiva: O mundo não acabou!


Recordar é viver. Ou não.


No dia 05 de maio de 2011, pouco mais de um ano atrás, o STF reconheceu a União Homoafetiva. Me recordo perfeitamente (até porque não me deixam esquecer), dos argumentos contra a aprovação da ADI 4277 e ADPF 132, que versavam sobre os direitos dos homossexuais em ter reconhecida a união homoafetiva. Depois de um ano decorrido da decisão que elevou os homossexuais da categoria de cidadãos de segunda categoria à um patamar mais próximo ao de um cidadão comum, vamos relembrar as verdades absolutas ditas pelos setores mais reacionários e preconceituosos da nossa sociedade?

"A união homoafetiva vai acabar com a família tradicional"
Realmente, um ano depois tudo o que eu vejo é união homoafetiva. As outras famílias foram dizimadas, queimadas vivas, evaporaram, enviadas para marte com bilhete apenas de ida. Só que não. Aliás, queria saber se as pessoas que pensavam assim se "tornaram" homossexuais e não pretendem mais formar uma família tradicional. Sim, porque do modo como falavam parecia que o simples reconhecimento da união homoafetiva faria com que todas as pessoas heterossexuais mudassem de orientação sexual, né? E aí, você que tanto repetiu esse argumento... agora é homossexual? Não? Não me diga. Pois é. Se você é contra a união homoafetiva, não tenha uma, mas não cerceie a liberdade e a felicidade das outras pessoas.

"Querem implantar a ditadura gayzista"
É sério gente, não riam (mentira, podem rir!)! As pessoas realmente acharam que conceder um direito fundamental à um grupo marginalizado o tornaria poderoso o suficiente para "implantar a ditadura gayzista". Estou esperando até agora para me afiliar no partido gay. 'Cordei, cadê PG (Partido Gayzista)?

"Não é natural, um casal do mesmo sexo não pode gerar filhos, vai acabar com a sociedade"
Eu sou heterossexual e não tenho a intenção de gerar filhos, beijos! E também tem muita criança por aí abandonada pelos casais heterossexuais que poderiam ganhar um lar homoafetivo amoroso. 

"Crianças educadas por casais homoafetivos teriam grande inclinação a 'se tornarem'  (sic) homossexuais"
Espera aí, então, segundo essa lógica, casais heterossexuais não geram ou educam filhos homossexuais? Os gays nascem de chocadeira? Ah, vá...

"A adoção de crianças por casais homoafetivos priva as crianças do amor de uma mãe"
A adoção de crianças por casais homoafetivos dá à criança o amor que foi negado de alguma forma (voluntária ou involuntariamente). A criança que é adotada receberá o amor que não recebeu antes. Se existisse uma lógica para o amor dispensado, não haveriam ótimos pais solteiros, por exemplo. Sem contar que na eventualidade da união entre duas lésbicas, a criança ganha não uma, mas duas mães!

E, é claro, o argumento final: "Deus criou o homem e a mulher à sua imagem e semelhança e os destinou a ser uma só carne, o matrimônio NATURAL é entre homem e mulher"
Todo mundo tem direito a ser religioso, se assim preferir. Porém, seu deus não governa o meu Estado, QUE É LAICO. Lide com isso. Acredite no que quiser e me deixe curtir a minha vida em paz, cada um no seu quadrado, beleza?


Isso tudo posto, agora é o momento de voltar os olhos e a atenção para os próximos movimentos em busca da igualdade de direitos dos homossexuais. O deputado Jean Wyllys apresentou ao congresso uma PEC, proposta de emenda constitucional, para garantir o direito ao casamento civil a todas as pessoas, não importando a orientação sexual. Participe do abaixo assinado pelo casamento igualitário.

2 comentários:

  1. Parabéns pelo post, Gizelli! Sempre importante lembrar o quanto é fácil derrubar esses argumentos homofóbicos e non-sense!
    E nossa, AMEI a primeira foto *_*

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  2. Já tem mais de três anos e o mundo ainda tá firme e cheio de violência homofóbica ainda, mas ao menos os direitos estão mais próximos dos héteros.

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