segunda-feira, 9 de abril de 2012

Eu não quero uma filha temente a Deus

Eu sou uma pessoa espiritualizada. Por algum tempo tentei fugir desse estigma, já que não me enquadro em religião alguma que conheço. Sei que acredito em espiritualidades em seres bons que ficam aqui ao nosso redor e com quem a gente pode conversar voltemeia. Não me agrada a ideia desse Deus único monarquista. Sempre me identifiquei um pouco com a Umbanda e o Candomblé pela pluralidade e ao mesmo tempo me encanta a possibilidade de uma Deusa-Mãe-Mulher-Terra. Em resumo, um pouco aqui um pouco ali ainda não encontrei entre as religiões algo que realmente me represente.


De qualquer forma, essa espiritualidade me faz bem. E é para isso que eu acho que qualquer crença deve servir: Para nos deixar bem. Pode ser porque gostamos de nos sentir seguros, de confiar, de falar sozinhos, ou mesmo de crer apenas por crer. Mas tem que ser algo prazeroso, positivo, que nos anime e nos inspire. E para isso, é claro, é necessário que seja arbitrário.

Entretanto quem cresceu em família religiosa deve se lembrar muito bem que: Não é. A doutrinação infantil acontece desde muito cedo. Somos obrigadxs a ir na igreja e assombrados o tempo todo com a ideia de um Deus e um Diabo que regem o universo. Um deles é bom o outro é mal e nós temos que decidir de que lado estamos e é melhor que seja o dos que obedecem a Deus, antes que seja tarde demais e tenhamos que passar a eternidade queimando no fogo do inferno.

Falando assim parece assustador, né? E é. Dentre outras, as frases “Deus tá vendo” e “Papai do Céu não gosta” são utilizadas para controlar o comportamento das crianças. Doutrinar desde cedo é uma forma de criar seres humanos obedientes e tementes a Deus. O que, teoricamente, serviria para que fossem pessoas melhores. Como se as milhares de guerras e segregações que já aconteceram em nome da religião não fossem o bastante para desmistificar a relação entre religião e caráter.

Acontece que é fácil criar pessoas obedientes. Em compensação é muito, muito difícil conscientizar. Demanda tempo, energia e paciência explicar para uma criança que fazer o bem é bom simplesmente porque o é. Que é gostoso viver de maneira honesta, cuidando bem de nós mesmos, das pessoas e do ambiente ao nosso redor. Crianças precisam aprender a conviver em sociedade de forma alegre, produtiva e compreensiva, não agirem de forma “correta” por conta do medo. O contrário disso não é educar, é meramente controlar e cercear a verdade, algo como "tapar o sol com a peneira".

É simplismo demais perpetuar determinado comportamento simplesmente porque "funciona". O que fazemos é tão importante quanto o porque fazemos. Mesmo as atidudes mais positivas, se partem de fundamentos como a repressão e o medo não são tão positivas assim.


Toda pessoa precisa se sentir livre para se espiritualizar ou não de acordo com aquilo que deseja e de forma que se sinta bem. Crença é algo pessoal e por isso essa escolha deve ser a mais arbitrária possível, podendo assim influir na consciência e na vida de forma construtiva.

Um comentário:

  1. Deus esta perto de vcs te protegendo de todo mal .existe um deus sim , e só acredita que vcs vai senti ele dentro do coração .

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