quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Mononormatividade


Eu não sou monogâmica. Gosto de me definir como RLi, ou seja, uma pessoa que tem por objetivo as Relações Livres, fora do esquema tradicional patriarcal e monogâmico. Acreditamos que não há um número limite de pessoas com quem podemos nos relacionar sexual e afetivamente, que não temos o direito de controlar o corpo do próximo, bem como ele não tem direito de controlar o nosso.
Mas esse não é para ser um texto didático. Não tenho a intenção de explicar o conceito de Relações Livres, seus princípios, como me envolvi com o assunto e tudo o mais (se vocês pedirem faço um texto só sobre isso depois), esse texto é mais um desabafo sobre coisas que a forma como a mononormatividade se manifesta nas pessoas. Assim como a heterossexualidade, a monogamia também é compulsória, portanto está enraizada nas pessoas a idéia de que as relações fechadas são mais “normais” que as outras e isso fica claro em determinadas atitudes. Atitudes chatas pra caralho.
Em meio a uma discussão sobre a atitude do casal Zilu e Zezé (sim gente, tem gente querendo ver se é mesmo legítima a decisão de abrir o casamento dos dois ou não, porque né, todos tem muito a ver com isso) li um “eu não acredito em relacionamentos abertos”. Espera. Para. Sinto informar, mas as relações abertas não são como deuses ou aliens, que você pode escolher acreditar ou não. Elas existem, você querendo ou não. Vai lá falar para gente que está junta há mais de 15 anos que não acredita na relação deles.  Dizer isso é algo extremamente reacionário que acha que a sua maneira de sentir e viver é a correta e todos os outros “não encontraram a pessoa certa ainda”.
A mononormatividade fica muito clara com a insistência das pessoas em se reafirmarem monogâmicas. Qualquer situação que não condiz com a escolha delas precisa entrar em desacordo, precisa ser negada de alguma forma, mesmo que de maneira inconsciente, mesmo que sem a intenção de ofender.
Por exemplo, eu tenho um ask.fm, sabem? Aquela rede social na qual as pessoas te mandam perguntinhas? E aí um dia esclarecendo algumas questões sobre RLi para um pessoal interessado, apareceu isso na minha página. Alguém, por algum motivo, não suportava me ver falando nas Relações Livres sem deixar claro que achava aquilo errado. Por que?
Outra vez comentando sobre as fotos de uma orgia que acabaram vazando na internet, eu e umas amigas dizíamos sobre como eram bonitas. A expressão das fotos passava uma sensação muito boa, de amizade, sabe? Todos ali pareciam muito a vontade com a situação, tinham uma cara de alegria, prazer e liberdade. Era muito encantador olhar. Mas algumas pessoas tiveram que dizer “ah, mas eu nunca faria” ou “ah para mim não rola, sou careta”. Para que?
Agora imagine só: Se em cada foto de casal que eu visse, eu resolvesse comentar “olha, muito legal, mas para mim não rola RISOS”, se toda vez que alguém falasse de amor, fidelidade, ou atualizasse o status do facebook para casado eu fosse lá e escrevesse “hum felicidade aí, mas eu nunca faria, não acredito nesse tipo de relação, flwssss”.
Parece tão difícil admirar a felicidade alheia se ela não se encaixa no seu ideal, não é? É como se ela de alguma forma te ameaçasse. Eu sei pessoal, que sendo criados nessa sociedade que já nos apresenta um ideal de casamento desde a infância é difícil aceitar outro tipo de relação de forma natural. Mas bem, elas estão aí, são normais e não tem a intenção de “corromper” o seu estilo de vida.
Tanto é que apontar a normatividade já soa como uma forma de ofensa a algumas pessoas. Elas se sentem caladas, embora na realidade sua voz é que esteja sendo castradora aos que não se enquadram na norma tomada como correta. É sempre bom pensar se essa visão não está encrustada em você antes de responder a pergunta "mas o relacionamento de vocês é fechado?" com "sim, tudo certinho".
Pessoas, relações e sexualidade não seguem um livrinho de regras. Get over it.

32 comentários:

  1. Perfeito. Tenho uma amiga, daquelas amigas mesmo. Que só de me ouvir criar uma frase sobre meu relacionamento não monogâmico já fica furiosa e diz "isso não existe, vocês querem ser moderninhos, muito bonito na teoria na prática não existe".
    E o comportamento dela é dizer que meu parceiro é um escroto por transar com outras mulheres e que eu sou uma problemática.
    Então é nesse nível, acabei me afastando de muuuitas pessoas por causa disso, e ao mesmo tempo encontro uma grande dificuldade em me aproximar do pessoal RLIS, acho que existe (com razão) uma reserva de alguns com novas pessoas ou com algum tipo de pessoa. Então, digo hoje que estamos no limbo....ou nos escondemos em amizades mais superficiais ou vivemos sozinhos....Muito complicado.

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    1. Concordo. Tbem estou numa relação não monogâmica. Como meus amigos acham que sou tola, por viver algo 'diferente', atualmente não falo mais a respeito. As pessoas ainda não compreendem relacionamentos assim. Pena!

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  2. Ótimo texto! Eu diria que tenho um coração RLi, mas nunca me aprofundei no assunto e hoje estou em uma relação monogâmica. É muito engraçado quando estou com casais amigos e a conversa vai para romantismo/fidelidade/monogamia e eu falo dos meus ideais de relacionamento. Incomoda demais! Eles ficam tentando provar que minha visão é utópica e nunca daria certo, com argumentos que logo caem por terra (o principal é o "vai que você se apaixona por outra pessoa", como se num relacionamento monogâmico isso nunca acontecesse, né. e como se eu pensasse assim, mas isso é ainda mais difícil de expicar.) Enfim, é curioso como algo que é uma escolha pessoal vira algo a se provar que é errado/não funciona. Eu fico falando por aí que monogamia não funciona? Não. Por que os outros sentem essa necessidade?

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  3. kkkkkkkkk amei a sua resposta no ask.fm!

    Eu sou monogâmica, mas nunca vi problema em relações livres. Acredito que até seja mais libertador! Quem sabe não seja o futuro da humanidade, todos bissexuais e livres, uhuuu kkkkkkkk

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  4. Faaaz um post só sobre RLi??????

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  5. Eu gosto de ler o que você escreve sobre RLi, gosto de entender melhor sobre o assunto... e acho super legal que existam pessoas que consigam ter relações livres, mesmo que comigo esse tipo de relação não dê certo. :P
    e você escreve bem a bessa, cara.

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  6. Então, já devo ter falado algo do tipo aqui, mas em outro blog que relaciona feminismo com meio ambiente (qualquer meio), a pessoa criou um post sobre 'provocação'. Vi o título e, sem muito entusiasmo, comecei a ler. Aquela linda desenvolve um raciocínio de modo a colocar que o diferente o que vai contra a maré é visto como uma provocação. Sim, pq como ousa não seguir o mesmo caminho que eu? Como ousa? Ela tb fala dos mecanismos que a sociedade usa para coibir (ainda que inconscientemente) essa ousadia de ser diferente, tais como piadas, bullyings, olhares e a colaboração indispesável da mídia (e até da ciência, como mostra em outro texto, quando se tentou provar que pessoas trans* são doentes, etc).

    Essa mesma blogueira (vejam só como eu estalkeio com atenção...rsrsrs)tb fala da teoria Nietzschista de transvaloração de valores, que propõe que repensemos todos os conceitos que temos sobre 'a verdade' 'o certo', pensemos na sua origem e na contribuição que nossas experiências sociais deram à eles.
    Ela cita nesse post da transvaloração essas crenças de instinto maternal, biologismo pra definir gêneros e como a ciência evoluiu com a sociedade.

    Acho que as pessoas não querem refletir sobre certas coisas porque isso implica em fazê-las reconhecer que podem estar 'erradas' ou que não existe um 'certo'. E isso demanda muita autocrítica e pouco ego.
    Acho também que é por isso que a luta 'das minorias' é árdua.

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  7. Aí: http://conttra.wordpress.com/2010/10/28/sobre-provocacao-e-vigilancia/

    ela mal atualiza, mas os textos dela são muito bons!

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  8. Faça um post sobre RLi por favor!!!
    Assim como a Águeda, tenho um coração RLi e gostaria de por em prática, mas não vejo como viável no meu atual relacionamento. Ao mesmo tempo tenho medo de ficar mto isolada e não saber como lidar com ciúme e td mais, pq afinal, eu cresci nesta cultura mononormativa e ainda não desentranhei várias neuras.

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  9. Eu tenho varias discordâncias quanto ao texto. Para começar, a norma não é mais a monogamia. Ao tentar fazer uma critica ironica a monogamia enquanto norma, o que vc faz é (re)afirmar ou seja, construir enquanto discurso, uma mononorma que não existe. Recentemente publiquei uma carta a Leonor Silvestri, demonstrando como a medicina, a cultura e a midia têm a gido no sentido de coibir o amor romântico (monogâmico?) http://covildamedusa.blogspot.com.br/2012/09/carta-aberta-uma-gigante-lupina-leonor.html Fora que acho que relacionamentos "abertos" não existem, por um questão de lógica. Relacionamentos, ao meu ver, significam contratos, responsabilidades, cumplicidade, estabilidade Ou é "fechado" ou não é relacionamento. O caso que vc apresentou da pessosa que vivem juntas a mais de 15 anos, por exemplo- não seria um caso de poligamia/poliandria ou poliamor? E antes de nos chamar de reacionários perceba que esse negocio de Relações Livre é velho pra cacete rs

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    1. 1. Eu não acho que você saiba o que é monogamia.
      2. Eu não acho que você saiba o que é uma Relação Livre.
      3. Eu não acho que você viva no mesmo mundo que eu.

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    2. Cuidado, hein, não transforme a frase "Ou é "fechado" ou não é relacionamento" numa verdade universal, senão vc cai no ridículo. A mononorma tanto existe que não é possível realizar casamentos múltiplos no Brasil, hoje em dia. Algumas poucas relações poliamoristas foram reconhecidas legalmente, mas ainda temos uma grande distância a percorrer até que a mononorma não exista mais. Falar em coação ao amor romântico é tão ingênuo quanto falar em heterofobia, por exemplo. E só porque algo não tem lógica pra VOCÊ não significa que não seja válido. Não julgue aquilo que você não compreende.

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    3. Se "a norma não é mais a monogamia", como Erzulle disse acima, como explicar o Código Civil definindo fidelidade recíproca como parte dos deveres de ambos os cônjuges? (art. 1566, I). A norma legal ainda é a monogamia, ignorando a realidade: monogamia é apenas mais uma das diversas opções de relacionamentos que existem e são vividos por milhões de pessoas diariamente :-(

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    4. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

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    5. "Fora que acho que relacionamentos "abertos" não existem, por um questão de lógica. Relacionamentos, ao meu ver, significam contratos, responsabilidades, cumplicidade, estabilidade Ou é "fechado" ou não é relacionamento."

      Contratos ?... declaro para qualquer fim que estou me relacionando com fulano, e que nem ele nem eu, temos obrigação de nos relacionarmos apenas entre nós. (contrato feito, acordado por ambas as partes)

      Responsabilidades ? ... ter relações abertas exigem muitas responsabilidades sim, imagina se prontificar a se relacionar com outras pessoas e não tomar vários cuidados com as DSTs ? ... responsabilidade seria financeira ? ... bem, independentemente da opção de relacionamento, as contas estão ai pra serem pagas !!!.... ou seria responsabilidade de ser fiel, de não trai ao parceiro ?... ops !! ... essa não conta, não estamos falando de um relacionamento monogâmico. Algumas das responsabilidades definidas !!

      Cumplicidade ???.... Vindo la do dicionário : "cumplicidade s. f. 1. Qualidade de cúmplice. 2. Conivência. 3. Inteligência.". E parece que o enfoque par este assunto é conivência ... pessoas coniventes são pessoas que partilham dos mesmos desejos, dos mesmos segredos, que agem em união, se unem para um propósito e por ai vai ... numa relação entre duas pessoas monogâmicas, a cumplicidade se da de fato, já em uma relação entre uma pessoa monogâmica e a outra não, dificilmente haveria cumplicidade, elas não compartilham dos mesmos pontos de vista, uma delas teria de mudar para a relação dar certo, só que, entre duas pessoas não monogâmicas, voltamos a situação que são perfeitamente cúmplices pois compartilham dos mesmos pontos de vista, e aqui uma obs a mais, compartilham bem mais, já que em geral, casais monogâmicos, na pratica escondem, se castram nos desejos que surgem naturalmente com outras pessoas. Poucos são os casais que realmente se satisfazem em si.

      Quem falta mesmo ? ... a sim...

      Estabilidade. Duas pessoas que resolvem se relacionar de forma aberta, não tem um relacionamento estável ? ...como assim ? ...Estabilidade se da, quando algo dura ao longo do tempo, então qualquer relação, até com um animal de estimação, é sim estável. Seja uma relação aberta ou fechada, durando (e como sempre, tempo é relativo) é uma relação estável !

      Temos támbem nos relacionamentos abertos, contratos, responsabilidades, cumplicidade, estabilidade. Então por uma questão de lógica, eles existem, tanto quanto o relacionamento fechado, ou qualquer outro que exista e que nem sei como nomea-lo.

      Ah !! ... um comentário a parte, trabalho em desenvolvimento de sistemas para computadores, e esta profissão esta dentre poucas que mais aplicam o conceito de lógica. Então creio que posso afirmar que entendo muito bem de lógica. ;-)

      E por fim, comentando um pouco mais sobre lógica, fechado é UM dos tipos de relacionamentos, não tem como comparar "Fechado" com "não é relacionamento". Seria o equivalente a afirmar que, partindo do princípio de que a Xuxa é uma mulher bonita, dizer que "ou é feia ou é Xuxa", ou no mais popular, comparar laranja com pneu de carro, não tem lógica esse tipo de comparação.

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  11. só eu li 'a gido' várias vezes até entender?

    Pra pessoa que não acredita: http://vimeo.com/23988620

    CALA ESSA BOK

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  12. "...a cultura e a midia têm a gido no sentido de coibir o amor romântico (monogâmico?)" = Cristofobia na capa da Veja. ¬¬

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  13. Coibir o amor romântico e quando minhas irmãs ficaram sabendo que meu relacionamento não é monogâmico a primeira coisa que disseram foi "Vocês não se amam"
    Beijos

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  14. Oi, Paula,
    Eu ainda sou meio tímida em ativismo - de sofá ou não - mas curti muito o seu texto! Não acredito que seja monogâmica só por causa da questão cultural, mas nunca descarto 100% esse tipo de possibilidade. Acho que calhou do tipo de relacionamento em que eu me sinto melhor, pelo menos nesse momento, ser o mesmo da norma. O que me incomoda em quem defende a poligamia (ou o nome que se dê, não entendo muito das nomenclaturas) não é a defesa, é o ataque. Justo isso que você disse que acha chato ouvir e que você não faz. Eu já ouvi muito "eu não acredito em relações monogâmicas", "você não sabe o que está fazendo", "relação fechada é ridículo".
    Enfim, achei que cabia dizer isso só porque parece que poucas pessoas sabem que existe essa via contrária. (E porque você parece muito sensata, então fiquei à vontade pra dizer que há exceções: "oi, eu sou monogâmica e não sou babaca assim!")
    Obrigada pelo ótimo texto, ganhou uma nova leitora pro blog

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  15. Concordo com tudo o que você disse, o único problema é que tenho me deparado com muitas pessoas que não são monogâmicas e que adotam as relações livres para suas vidas, mas muitas vezes acabam se envolvendo com pessoas monogâmicas. Daí não sai coisa boa, principalmente quando a pessoa poligâmica, visando não se privar da relação com alguém que gosta (monogâmico), decide continuar vivendo da mesma forma sem ser sincero sobre isso. Acho realmente ótimo que as pessoas estejam sendo mais sinceras consigo mesmas, apesar do preconceito contra a poligamia, mas espero que isso não seja confundido com sacanear outras pessoas que não desejam esse tipo de relação para si.

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  16. Meu nome é Valdir, tenho menos de 30 anos, e tenho um relacionamento que a maioria das pessoas chamam de "aberto" com Paula. È o relacionamento mais sério que eu conheço, sem ironia alguma.

    Eu não sou 'Paulassexual'.
    E Paula não é 'Valdirsexual'.

    O problema é que as pessoas misturam Amor, Paixão, Sexo e Admiração.

    Amor é quando a felicidade do outro implica na nossa, mesmo que esse outro:
    - não tenha relações sexuais com você,
    - não esteja apaixonado por você ou você pelo outro,
    - não haja atração sexual,
    - não haja idolatria.

    Paixão é simplesmente querer a pessoa ou o objeto da relação só para você, ou seja, tem um fundo egoísta e por isso, quando é correspondida, é extremamente realizadora. Implica em ciúmes e convive com o ódio.

    Há o desejo de ter sexo, que NÃO implica nas 2 coisas anteriores, mas que pode implicar na próxima coisa, a admiração.

    Admiração é algo que estou tentando entender... é o que te permite diferenciar o Amor que tenho para os meus amigos... do Amor que sinto pelas pessoas às quais sou atraído. Talvez seja uma mescla de paixão e atração sexual... no meu caso, espero que não seja.

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  17. Texto fantástico!!!
    Obrigada por compartilhar essa experiência e seu desabafo.
    E os comentários também estão muito bons!
    E continuemos causando estranheza nas normatividades! =]

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  18. "Não tenho a intenção de explicar o conceito de Relações Livres, seus princípios, como me envolvi com o assunto e tudo o mais (se vocês pedirem faço um texto só sobre isso depois)"

    Por favor, faça! Fiquei imensamente interessada em saber, seria mto bom se vc pudesse compartilhar essa experiência com a gente. Obrigada =)

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  19. Relacionamento livre é coisa pra pessoas muito bem resolvidas e maduras. Funciona quando o amor é muito grande, a amizade a cumplicidade maiores ainda. 99% das pessoas (e aí eu me incluo) não tem a menor condição emocional e mental pra isso.

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  20. Paula Mariá, parabéns pelo desabafo e pela coragem! Eu sou casada a 20 anos, tenho dois filhos lindos e meu relacionamento é aberto a quase 10 anos (a metade né? rsrs). Passamos por diversas crises em todo o período (tanto no fechado como no aberto, briguinhas frívolas e crises mais sérias), mas nunca houve uma crise sequer que estivesse ligada a abertura de nossa relação. Decidimos expor publicamente que nosso relacionamento é aberto e, como viemos do meio evangélico, vc já deve imaginar como vieram pedras né mesmo? rsrs Querida, vou reverberar seu texto em meu blog, claro que preservando a fonte e a autoria e gostaria de entrar em contato com voce para que pssamos compartilhar experiencias e até mesmo (se possível) convida-la a integrar a equipe de meu blog, que já conta com a colaboração da Priscila (miss ambiguity) que deixou um comentário um pouco acima do meu rsrsrs

    Sigamos quebrando paradigmas rsrs Bjux linda............

    Meu e-mail é anjaarcanja.batzion9@gmail.com

    Meu blog http://omundodaanja.blogspot.com/

    Aguardo seu contato......... Bjux

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  21. Não sei, acho que as pessoas usam esse tipo de comentário porque, queiramos ou não, tentamos manter uma certa distância daqueles que não estão de acordo com o que pensamos ser "normal", ou mesmo o que não tem a ver conosco. Dizemos "legal, mas não é para mim" porque é melhor do que dizer: "não tenho opinião alguma a respeito" ou "discordo disso".

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    1. Por que, Ana? Por que "manter distância" e por que discordar do modo de vida dos outros? Seria ok então se eu fizesse as coisas que citei? Falasse em fotos de casal que para mim aquilo não rola. Afinal, não está de acordo com o que quero tanto quanto a minha forma de relação não está de acordo com o que os monogâmicos querem.

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    2. Estou dizendo que é uma tendência humana formar "grupinhos" com pessoas que concordam conosco, não uma coisa específica de quem é monogâmico.

      Mas claro que eu concordo com você que é uma atitude no mínimo estranha achar que se deve meter o bedelho e dar a opinião se ninguém pedir. Eu também não faço isso, estava me referindo a quando as pessoas perguntam o que achamos...

      No meu caso pelo menos, eu não acho nada de uma porção de maneiras de se relacionar, assim como não acho nada de muitas coisas em diversos outros assuntos em que sou ignorante.

      Seria bom se houvesse mais informações sobre o assunto, se mais pessoas não monogâmicas falassem aberta e longamente de seus relacionamentos, se elas aparecessem na mídia. Enquanto elas continuarem tão invisíveis como estão agora, vou continuar sem nem poder concordar nem discordar.

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  22. Faz um post sobre RLi, por favor. Eu tenho 758 questões sobre o assunto. Tentei abrir um relacionamento com 19 anos e tenho certeza que o resultado só foi negativo por conta do machismo e da reprovação dos outros. Fomos imaturos pra lidar com isso, mas nos amávamos tanto, tanto... Não tinha nenhuma informação sobre o assunto e NINGUÉM com quem conversar ou me apoiar, aconselhar... Triste mesmo.

    Hoje estou em um relacionamento monogâmico, com 27 anos, mas não sei se me identifico assim ainda. Ele é a pessoa mais importante do mundo pra mim, e mesmo não trocando ele por nada nesse mundo (romantismo exagerado mode on), não acho que serei "fiel" pra sempre. Como lidar? Tô fudida, né?

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