quarta-feira, 30 de maio de 2012

Nota do Ativismo de Sofá sobre trolls.


Se você lê blogs e usa redes sociais, provavelmente já se deparou com a figura do troll. O troll é aquela pessoa que busca desestabilizar as pessoas em um grupo que está discutindo determinado tema. Ele tem a finalidade de atrapalhar discussões sadias; para isso, ofende o interlocutor, zomba de seus argumentos, desvia o assunto propositalmente e coloca "lenha na fogueira". Eles não estão abertos a mudar de opinião, refletir e ter um debate saudável: simplesmente querem fazer você passar raiva.


De todas as modinhas que já vimos começarem, passarem e até mesmo permanecerem, a pior de todas é a do troll. Trollar viola as regras de boa convivência entre pessoas, mas essa violação das regras não tem a finalidade de contestar, não há reflexão e questionamento ali. Quem faz isso simplesmente o faz porque acha engraçado desrespeitar as pessoas, vê-las nervosas, alteradas, ofendidas. O que há por trás do troll não é uma pessoa que acha que a internet deve ser levada menos a sério, e sim alguém que se diverte com a reação negativa do “interlocutor” ao se sentir ofendido, desrespeitado, ridicularizado. 

Troll já teve outro significado um dia. 
Essa idéia de desrespeito e ofensa como fonte de diversão não está só na figura do troll, está no humor que se afirma ácido, “politicamente incorreto” e contestador, mas que só reafirma o statu quo e os preconceitos existentes. Ofender faz parte do humor há tempos, mas trollar é a nova-velha modinha da internet. Esse tipo de humor, a trollagem, parte da ideia nociva de que a serventia das pessoas é nos entreter. Sendo a violência, moral ou física, engraçada para muitos, eis aqui a nova função do ser humano: ser ofendido e ter seus posicionamentos e opiniões desqualificados sem sequer poder responder ou reclamar sem ouvir um "se não sabe brincar, devolve os hominho".

Não sabemos brincar de incentivar violência contra grupos vulneráveis, não sabemos brincar de ofender e também não sabemos rir disso. Devolvemos os hominho e esperamos que mais gente o faça junto conosco, porque estamos cansadas dessa babaquice geral e dessa gente que não vê problema em dizer "te sento a vara, moleque baitola" e "te sento a mão na cara, vadia".


Autoria de Thaís Campolina com colaboração da Elisa Prando.


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