terça-feira, 2 de julho de 2013

Aborto: Por que tanto silêncio?

"Eu aborto, tu abortas, todas em silêncio"

Aborto é um assunto assustadoramente tabu. É bem comum que pessoas que são a favor da descriminalização, muitas vezes não falem sobre seu posicionamento em público, por causa das caras feias, dos xingamentos, do receio de que as suas opiniões as prejudiquem. 

O assunto muitas vezes é evitado mesmo dentro do meio feminista e frases como "eu jamais faria um aborto, mas sou a favor da descriminalização" muitas vezes norteiam várias das discussões a respeito, de forma que as pessoas continuam achando que quem aborta é a outra, que está longe de nós, sendo que não é bem assim.  A frase em si não é problemática, pelo contrário, demonstra muita empatia e respeito pela decisão da outra, mas o que é preocupante é que ela se tornou quase um discurso único o que contribui para que, muitas vezes, mesmo dentro de ambientes pró legalização, se você falar "eu não sei se eu faria, acho que se eu me descobrisse grávida hoje, eu faria sim", você ser vista como insana.

Falar sobre aborto como se nós jamais pudéssemos acabar optando por isso, desumaniza quem fala que faria um aborto e quem já passou por essa experiência. O discurso do "quem aborta é a outra" contribui para a invisibilidade do tema, restringe a voz das mulheres que abortaram e assim impede que as pessoas que nunca passaram por isso saibam que não há uma reação única a gravidez indesejada e as condições precárias em que são feitos muitos abortos. 

Quebrar o silêncio que ronda o assunto é necessário para que o nosso ativismo surta efeitos, para que aumente seu poder de alcance e para mostrar para quem não quer ver que métodos contraceptivos falham, que a lei que criminaliza o aborto não impede que eles aconteçam, mas colabora para as mortes maternas decorrentes da clandestinidade. 

O blog "Somos todas clandestinas" é composto por relatos de mulheres muito diferentes entre si que optaram por abortar e pelos relatos percebemos que vivemos em uma sociedade que acha que uma mulher que aborta merece morrer e que médicos fazendo discursos pró vida de feto não é algo reservado apenas a ficção.

O Estatuto do Nascituro continua em trâmite e nós precisamos deixar claro para o Estado, para a Igreja e para a sociedade que somos donas dos nossos corpos, que colocar um estuprador como pai numa certidão de nascimento é violar a dignidade da mulher e dizermos basta para as diversas mortes decorrentes desse Estado negligente com a saúde e direitos reprodutivos das mulheres. Precisamos falar, gritar, balançar nossa bandeira pela vida das mulheres antes que mais uma lei que nos coloca ainda mais longe do direito ao nosso corpo e a dignidade seja aprovada.

Obs: Não só mulheres podem engravidar, homens trans e pessoas não binárias que tem útero também podem. Logo, todos os direitos defendidos pelo texto, como o aborto seguro e educação sexual, se estendem a essas pessoas. 

Obs: A criminalização é um fator essencial para que o tabu continue existindo, visto que várias mulheres sentem medo de expor suas opiniões e experiências a respeito e acabar sendo indiciadas.

Lei é eficaz para matar mulheres, diz especialista. 

Porque filmei meu aborto

34 comentários:

  1. Um ótimo texto ótimo texto como todos os que leio aqui, até mesmo algumas pessoas que usavam o slogan: "eu jamais faria um aborto, mas sou a favor da descriminalização" vão refletir um pouco.
    Espero que o estatuto do nascituro não se torne realmente uma lei, pois no meu ponto de vista vai ser um verdadeiro retrocesso.

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  2. O slogan é bom, eu só não acho que ele como estratégia única seja bom porque exclui mulheres que fariam um aborto ou já fizeram. :)

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  3. Sobre aborto tem uma questão importante:

    Aqui estão umas frases bastante repetidas por feministas "a obrigação com os filhos não é só da mulher"
    "O pai tem obrigação também"
    "A mulher não fez o filho sozinha"

    Eu concordo com todas essas frases, mas se pensarmos que o pai tem obrigações, é óbvio que ele deve ter também DIREITOS!

    Então como uma mulher pode abortar sem o consentimento do pai?

    Mas dai vão dizer:
    "o corpo é da mulher!"

    É, mas o feto NÃO é dela.
    Aqui entra de novo a frase dita por mulheres:
    "A mulher não fez o filho sozinha"
    Então portanto, o feto, mesmo que seja só um feto, não é dela.

    eu sou a favor do aborto desde que haja consenso entrei pai e mãe.

    Porque se não a chance de injustiça é muito grande.

    vou citar um suposto exemplo, e quero que me digam se é justo:

    Uma mulher engravida de um homem, só que esse homem já possui um filho de outro relacionamento anterior, só que esse filho dele possui LEUCEMIA.

    Então essa nova criança pode significar a chance de vida para o outro filho dom homem.
    Mas a mulher que está gravida, não quer um filho. Então o pai propoe para a mulher que ele assumirá todas as responsabilidades pela criança e que ele deseja o novo filho pois pode ser a salvação de vida para seu outro filho. (quando uma criança esta com leucemia um irmão pode ser a salvação através da do sangue do cordão umbilical)
    Mesmo assim a mulher diz não e vai lá e aborta.

    Isso é justo?
    é justo que a mulher tenha todos os direitos sobre a escolha de o filho nascer ou não?
    Essa situação que acabei de citar, é justa?

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    1. Anônimx, você só esqueceu de lembrar que a gravidez ocorre dentro do útero da mulher, sendo assim, quem arca com as mudanças hormonais, corporais, corre risco de perder o emprego por ter engravidado e afins é a mulher, por isso a decisão deve ser dela exclusivamente.

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    2. Nossa, porque é claro que uma mulher que não quer estar grávida tem que ficar nove meses com um feto indesejado porque o pai dele quer que ela faça isso e ignorar completamente o que ela quer, que o corpo é dela, as mudanças que o corpo dela passará...

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    3. Se for pensar por esse lado então, já que o pai não tem direitos, também não deve ser obrigado a pagar pensão caso não deseje o filho.

      Pois como vocês mesmo citaram:
      Um filho causa grandes mudanças, e não é só no corpo da mulher, mas na vida dos pais também, significa uma mudança radical de vida.

      Então assim como a mulher pode não querer as mudanças no seu corpo, o homem pode não querer as mudanças de um filho na sua vida. Então caso ele não queira o filho, não deve ser obrigado a pagar pensão.

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    4. Eu vejo duas possibilidades possíveis de ser justo:

      A) Primeira possibilidade: Os DIREITOS e OBRIGAÇÕES sobre o filho são IGUALMENTE do pai e da mãe. Nesse caso tanto o pai, quanto a mãe tem que arcar com as despesas de criação do filho. E os DIREITOS também são iguais, ou seja, se for abortar tem que ser uma decisão dos DOIS. Pois o pai e a mãe tem DIREITOS E OBRIGAÇÕES.

      2) Segunda possibilidade: Os DIREITOS são todos da mãe. Mas sendo assim, as OBRIGAÇÕES também. Já que é o corpo dela, e o direito é exclusivamente dela de decidir sobre a vida do filho, então as obrigações serão principalmente dela também. Sendo que o pai só precisará pagar pensão caso deseje ter contato com o filho. Ou seja, o pai não será obrigado a pagar pensão, mas se não pagar não terá direito a contato com o filho, se quiser contato terá que pagar.

      Acho a segunda opção bem justa também, pois nesse caso a decisão de escolha sobre aborto é da mulher, mas se ela decide não abortar, ele deve arcar com a consequência de sua decisão. E o homem não será obrigado a pagar a pensão, caso não deseje contato com o filho (se quiser contato terá que pagar).

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    5. Caro Alexandre, caso você realmente queira legislar sobre o útero das mulheres, permita-me legislar também sobre suas bolas.

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    6. Alexandre, meu caro, assim como ninguém pode te OBRIGAR à doar sangue, medula, um pedaço do fígado para alguém que precisa desses tecidos para sobreviver, ninguém pode obrigar uma mulher a manter uma gestação indesejável. Não é sobre o direito do pai ou da mãe, é sobre o direito de ter autonomia sobre o seu corpo. Creio que você tenha inteligencia suficiente para distinguir o direito de autonomia sobre o corpo das obrigações parentais para com o indivíduo plenamente formado.
      Ing.

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    7. Um provocativo texto sobre o aborto e a necessidade do enfrentamento de várias reações sociais para falar do tema e aparece alguém sem útero querendo tomar para si um assunto das mulheres.

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    8. Veja quanto ódio e radicalismo:"aparece alguém sem útero querendo tomar para si um assunto das mulheres."

      Então existe assuntos de mulheres e assuntos de homens? E um não deve se intrometer no do outro? você deve ser do tipo que fala frases frases do tipo "Isso é coisa de mulher" ou "isso é coisa de homem". Preconceituoso isso hein?

      e só pra lembrar, esse assunto não inclui somente um útero, inclui também um FILHO! então lembre disso.

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    9. "Creio que você tenha inteligencia suficiente para distinguir o direito de autonomia sobre o corpo das obrigações parentais para com o indivíduo plenamente formado."


      A decisão de um filho não afeta a vida do homem também? Não muda drasticamente a vida dele também? Porque cabe só a mulher a decisão sobre uma coisa que vai afetar o resto da vida do homem?

      Assim como a gravidez afeta o corpo da mulher, um filho afeta o resto da vida de um homem. é uma decisão que afeta os dois.

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    10. Nossa, anônimo, você deve viver numa sociedade muito diferente da que eu vivo, porque o que eu vejo todo dia na minha vida e na vida de diversas mulheres é que apenas as mulheres cuidam dos filhos, enquanto os homens muitas vezes nem o mínimo (que é pagar a pensão) fazem.

      Eu vivo numa sociedade que se você quiser ter esse mínimo, você vai precisar entrar no justiça para conseguir, porque sem a intervenção dela, é difícil que esses pais paguem a pensão.

      Veja só, eu nem cheguei a falar sobre a total ausência dos pais na vida de seus filhos.

      Então, anônimo, perceba que a decisão de ter ou não um filho não mexe apenas com o útero/corpo, mas também com a vida toda de uma mãe. Além disso, mexe também, com a maneira que a sociedade vê a mulher grávida como propriedade pública (sua barrigona permite que conhecidos te toquem sua anuência, sabia?), a vida da mulher grávida é de todos, não é mais dela, todos querem saber se ela vai se casar, quem é o pai, e se ela é casada, se é menino/menina e afins. A mãe solteira é super mal vista, a mulher que engravida sofre muitas vezes assédio moral no ambiente de trabalho, tanto é que existe hoje a estabilidade provisória para a grávida, justamente porque se sabe que despedem mulheres grávidas só por estarem grávidas.

      Está vendo agora porque é uma decisão da mulher? Se a mulher, quiser que a decisão seja de ambos, beleza, mas decidir que ambos terão voz é uma decisão dela.

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    11. Aborto e direitos reprodutivos é um assunto para pessoas que tem útero e que morrem diariamente por causa justamente da negativa desses direitos.

      Dizer que é um assunto de mulher não é ser sexista, é justamente o contrário disso, é reconhecer que mulheres tem os direitos negados por terem útero e são donas de seus corpos. É reconhecer que o machismo da sociedade mata mulheres, justamente por negar sua autonomia. É reconhecer que atualmente homens "abortam" seus filhos todos os dias, quando abandonam suas parceiras grávidas.

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    12. Ok.

      então nesse caso tenha outra proposta do que seria justo:

      O aborto é legalizado e a decisão é totalmente da mulher. O corpo é dele, a gravidez é dela. Ok. Porém o homem não é mais obrigado a pagar a pensão caso queira abrir mão do filho. (Se ele quiser participar da vida do filho e ser efetivamente pai, precisa pagar, se não não terá direitos algum de participação na vida do filho.)

      Que tal assim?

      Dessa forma O direito sobre o corpo e a gravidez fica sendo totalmente da mulher, como vocês reivindicam. ela decide se o filho nasce ou não. ela decide se leva a gravidez adiante ou não. O homem não tem poder nenhum de decisão. O único direito que o homem terá então é, caso não deseje o filho, não ser obrigado a pagar pensão. Sendo que nesse caso perderá todos os direitos sobre o filho depois de nascido também. E caso, ele queira participar da vida do filho será obrigado a pagar.

      Assim está bom?

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    13. Porra, sério que vc ainda não entendeu? Se o espermatozoidinho foi no óvulo o homem tem obrigação de arcar com as consequências, mas como a gravidez ocorre no útero, a pessoa dona do útero decide se a gravidez continuará ou não. Se ela decidir que sim, vai continuar, o homem pagará a pensão, até porque sem a possibilidade de pensão, muitas mulheres que iam querer ter o filho, desistiriam por não acharem que conseguiriam arcar com as despesas sozinhas.

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    14. Entendi, você quer que o homem tenha só OBRIGAÇÕES sobre a gravidez e nenhum DIREITO.

      "Se o espermatozoidinho foi no óvulo o homem tem obrigação de arcar com as consequências" Se tem obrigação sobre o espermatozoidinho por que não tem direito sobre ele também?

      "como a gravidez ocorre no útero, a pessoa dona do útero decide se a gravidez continuará ou não" Se ela é a dona da gravidez e do feto, que seja dona dele também depois que nascer.

      É muito fácil querer o direito sozinho de decidir se o filho vai nascer ou não, e aí depois que nasce quer dividir as responsabilidades?

      quando tá gravida quer tudo sozinha, dai depois que nasce quer dividir?

      Isso é oportunismo barato.

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    15. Primeira coisa, o direito a pensão é da criança. Ela nasceu, ela existe, ela tem esse direito.
      Segunda coisa, insistir em dizer que homens devem ter direito a decidir sobre a gravidez da mulher é de uma misoginia sem precedentes. É nojento.

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    16. Não acredito que tem gente que é incapaz de perceber que a pessoa dona do útero é a pessoa que deve escolher continuar ou não com a gravidez porque ela o embrião está hospedado no corpo dela e ela que terá que lidar com mudanças corporais, hormonais, correr risco de ser despedida do trabalho, ser a pessoa vista como a que deve se responsabilizar pela criança que pode vir a nascer. Mas se a pessoa dona do útero escolhe seguir com a gravidez adiante, o feto se transforma num bebê que nasceu e a partir daquele momento, a responsabilidade não deve ser só de quem tem o útero e pariu, mas de quem participou daquela reprodução também. Porque a partir desse momento a gente não está falando mais de direito ao próprio corpo, está falando do direito da criança e do adolescente.

      Homens cis mimizentos, se vocês não querem mesmo ter filhos por causa de pensão façam uma vasectomia e pronto.

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  4. Eu acho que uma mulher deve fazer o aborto em casos extremos, com quando ela não quer mais estar grávida. Não me lembro onde eu vi essa ótima frase. Talvez tenha sido aqui no Ativismo mesmo Só não gosto da parte do "eu acho" porque eu nem ninguém deveria ter que achar alguma coisa num direito que deveria ser de tod@s. É como dizer "Eu acho a chuva errada, ou certa". Eu sou um homem sem útero, jamais saberei o que é uma gravidez, o que é correr o risco de engravidar. Assim como os homens que são contra o aborto (quanto as mulheres anti-aborto eu fico sempre WTF??). Mas é ridículo que as pessoas não falem sobre o assunto. Precisamos falar sobre tudo! Tabus são perigosos, podem causar riscos de vida. Me impressiona que poucas pessoas saibam do Estatuto do Nascituro, agora uma questão intrínseca a do aborto. Vivemos em um país medieval, com homens de mente rudimentar nos tronos querendo restringir nossas falas, tanto como a nossa vida sexual. Precisamos falar! Falar bem alto até cansar e então continuar falando. Já estamos bem grandinhos para sermos tímidos.

    PS: Amo o blog de vocês, tem me ajudado muito desde que eu o encontrei, obrigado =)

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    1. Bastian, fico muito feliz por saber que você gosta do blog e que ele tem te ajudado! :D Ler coisas do tipo sempre deixa a gente mais feliz!

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  5. me irrita tanto homem debater o direito ao aborto reivindicando o direito de nao pagar pensao...

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    1. porque isso te irrita? Você acha que os homens devem ser obrigados a pagar pensão por filhos que não querem?

      Se a mulher não quer o filho, ela não será obrigada a ter ele. ela podera ter o direito de abortar.

      Então é justo que se o homem não quer o filho, ele não seja obrigado a ter um também.

      você não pode obrigar ninguém a ter um filho.

      Nesse caso a mulher terá inclusive masi direitos que o homem vejaas sitações:

      A) Mulher não quer o filho e o homem quer: Mulher aborta e homem fica sem o filho que queria
      B) Mulher quer o filho e o homem não quer: Mulher não aborta e fica com o filho que queria, homem fica sem responsabilidade sobre o filho.

      Como pode ver nessa situação quando a mulher não quiser o filho não terá, e quando quiser terá. Já o homem mesmo que queira poderá ficar sem, e quando não quiser, o único direito será não ter a obrigação de pagar a pensão.

      Isso não é justo? Porque o homem tem que ter responsabilidade por um filho que não quer?

      Se a mulher não quer o filho ela tem o direito de não ter,então o homem também não pode ser obrigado a ter responsabilidades de pai caso não quisesse a criança.

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    2. All about the menzzZzZzzzz, a gente está aqui falando de ÚTERO, DIREITOS REPRODUTIVOS E SEXUAIS DE QUEM TEM ÚTERO e homens cis chegam querendo tomar o assunto pra si, porque é lógico que pagar pensão é a pior coisa que pode acontecer com uma pessoa, não chega nem perto de morrer por causa de gravidez indesejada, né?

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    3. Mas os direitos de quem tem ÚTERO, estão afetando so direitos de quem NÃO TEM.

      Se a mulher não quer o filho, ela aborta e pronto.
      Se o homem não quer não pode fazer nada e ainda é obrigado a pagar pensão.

      Muito justo né?NÃO
      Isso é totalmente tendencioso, isso não é luta por direitos iguais, é luta por privilégios.

      Isso vem de mulheres que tem raiva dos homens e querem é revanchismo. Querem predominar em vez de igualdade.

      Eu não quero tirar o direito da mulher de abortar e de decidir se quer ter um filho ou não. Eu concordo com o aborto.

      Eu só reivindico que o homem também tenha direito a renunciar ao filho, ficando livre de pagar pensão.

      Então, se vocês são a favor do direito da mulher de decidir se quer ou não ter um filho (abortar).
      Porque são contra o direito do homem decidir se quer ou não ter um filho tb? (no caso ser responsável por um ou não, pagando ou não pensão)

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    4. Basicamente é o seguinte, por mais que a criação de um filho seja tarefa dos dois, isso só faz sentido depois do nascimento: antes disso é impossível uma divisão igualitária da responsabilidade, por mais participativo que o outro seja. O "pai" não vai o carregar o feto, se um dia a tecnologia avançar a ponto de permitir isto, a lei então terá que ser revista :P

      Outro ponto importante é que a pensão é um direito da criança, não da mãe. O pai que não quer pagar pensão deve reivindicar o direito de guarda da criança, sendo que neste caso a mãe é que teria que pagar. Ou entrar em acordo de guarda compartilhada, onde não há necessidade de pensão pois os gastos são divididos entre ambos.

      E antes que use esta carta, um feto não é uma criança. Uma criança, mesmo com as limitações de seu estado de desenvolvimento, é capaz de pensar e de sentir, o que é o que realmente nos torna humanos e não o DNA replicado em um punhado células não especializadas. Pois pelo contrário, cada vez que tu se coçasse estaria causando um genocídio (células epiteliais tem DNA também).

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    5. Se a mulher tem direito a NÃO querer ter um filho.

      O homem também deve ter o direito de NÃO querer um filho.

      No caso da mulher ela poderia abortar, para não ter o filho. E no caso do homem, já que obviamente ele não pode forçar a mulher a abortar, ele poderia então escolher não ter ligação nenhuma com a criança e não pagar pensão.

      Assim nem o homem e nem a mulher serão obrigados a ter um filho que não querem

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    6. Mulheres tem útero, homens não. A natureza nos fez assim. Não há nada que você possa fazer. Só resta torcer pra que na próxima encarnação você nasça mulher. Aí voi ficar muito curiosa sobre o que você diria se algum homem aparecesse dizendo que deve ter direito de decidir se uma mulher continua grávida ou não..

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    7. Lembrando que algumas mulheres não tem útero e tem homens que tem, né? Assumir que toda mulher tem útero é cissexista, mas acredito que dentro do debate foi apenas um artifício de argumentação, mas cuidado, pessoal.

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  6. A minha principal bandeira atualmente é a legalização do aborto e a luta contra o Estatuto do Nascituro!

    Meu nome é Mariana e sou favorável a legalização do aborto.

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  7. E até agora NINGUÉM me disse porque essa SOLUÇÃO não pode ser aceita:

    - A mulher tem todos os direitos sobre a gravides e cabe somente a ela decidir se quer o filho ou não. Já o homem pode somente decidir se quer ter responsabilidade sobre o filho ou não pagando pensão ou não. Caso ele escolha não pagar pensão perderá todo o direito de contato com a criança.

    O que há de injsuto nesta proposta?

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    1. que saco desse bando de "e os homens?"

      a galera já respondeu e eles insistem no mesmo papo como se ninguém tivesse dado resposta até agora

      repetir o argumento até a galera cansar não convence ninguém não, amg

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    2. Bom, vou dar minha opinião.
      O TalesM respondeu muito bem a diferença entre o feto e a criança. O pagamento da pensão não é para a mãe que não optou por abortar o feto, mas é um direito da criança, para ter o mínimo necessário.
      A escolha pelo aborto não é fichinha. Correm-se riscos. Sérios riscos. Riscos de morte. Digamos que a mulher, mesmo não planejando aquela gravidez, prefira levar a gravidez até o final e, portanto, gerar uma criança. Isso é um direito dela, certo? Aí a sua pergunta é: então por que o homem não pode simplesmente sair correndo?
      Para mim:
      1) Porque a criança não é responsabilidade só da mãe. É da mãe, do pai e até do Estado.
      2) Porque a gravidez (e consequentemente a criança) não é planejada tanto para a mãe como para o pai. Por que então a responsabilidade deveria recair apenas nos ombros maternos?
      3) Porque, como adultos, devemos assumir nossas escolhas. Fazer sexo é uma escolha que pressupõe riscos: gravidez, DSTs etc. (sim, os métodos contraceptivos podem falhar, mesmo com TODA a informação do mundo... Aconteceu comigo.) Se os riscos se efetivaram, é assumir, como adultos que somos. Certo?

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    3. Como o TalesM e a Penelope Brito disseram: o motivo de não poder optar se paga a pensão ou não é porque a pensão não é para a mulher e sim para a criança que nasceu fruto da relação sexual. Se ela já nasceu, o direito a pensão existe.

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