terça-feira, 23 de outubro de 2012

E o genocídio dos povos indígenas continua



Ontem, Eliane Brum escreveu um texto intitulado "Decretem nossa extinção e nos enterrem aqui" que comenta a situação absurda em que os indígenas da etnia Guarani-Kaiowá se encontram. A carta completa pode ser lida aqui.

O extermínio dos povos e culturas indígenas no Brasil não é algo do passado, ainda hoje acontece e encontra aval do Estado, conforme a exposição de Eliane deixa claro. É lamentável como esse processo de extermínio continua e como os grupos indígenas não têm poder de voz. 

O interesse dos latifundiários ainda é considerado algo acima do interesse, cultura e vida dos indígenas. O suicídio, o estupro e assassinato dos indígenas é um problema atual que é invisibilizado pela idéia de que a cultura das tribos é inferior, menos desenvolvida ou qualquer ideia racista como essas.



Os direitos dos indígenas são negligenciados pelo Estado brasileiro. Há previsão constitucional de que o Estado reconhece a cultura, os direitos e as terras deles, mas cadê as ações efetivas que tentem garantir o respeito ao art. 231 da Constituição da República? Nem mesmo a Justiça Federal, parte do poder judiciário do Estado, faz sua parte, pelo contrário, alimenta ainda mais a situação de injustiça. Poucos direitos foram conquistados após a promulgação da Constituição, alguns povos foram reconhecidos, algumas terras foram demarcadas, mas há diversas ações tramitando na justiça contra essas demarcações. 

Há ainda uma Proposta de Emenda à Constituição que tem apoio da bancada ruralista e evangélica do Congresso que se sancionada prejudicará não só as terras indígenas, mas também a dos quilombolas, o próprio meio ambiente e o que ela propõe também é um atentado a separação de poderes, componente do próprio Estado Democrático de Direito. A PEC 215 foi considerada inconstitucional pela associação dos juízes pela Democracia. 


Vídeo vinculado também nessa matéria.

Vídeo vinculado também aqui.

Assinem a petição a favor dos direitos da etnia Guarani-Kaiowá, aqui
Texto "Batalha das ideias: Ser índio em tempos de mercadoria", aqui
Índia Guarani-Kaiowá é estuprada por oito homens, notícia aqui
E assinem essa aqui também, que é contra a PEC 215 citada no corpo do texto. 
Atos em São Paulo em apoio aos indígenas da etnia Guarani-Kaiowá, aqui, aqui e aqui. (Não sei se eles vão se unir ou não, só procurei os links pra divulgar).
Ato em Belo Horizonte, aqui. Ato em BH, aqui
Ato carioca, aqui
Marcha em Brasília, aqui

2 comentários:

  1. Eu me sinto tão perdida sobre esse assunto dos índios, pois por toda a minha vida eu sempre fui mal informada sobre isso, seja por causa da TV ou pelo desconhecimento dos meus pais sobre isso...

    Mas pelo o que eu já vejo pelas mídias virtuais sobre esse assunto me assusta muito! Não sabia que esse tipo de coisa acontecia... Eu sei que pareço ingênua, mas o que esperar de alguém que não sabe o que acontece com os índios, e que vive com pessoas iguais ao redor...

    Me sinto mal, mas ao mesmo tempo aliviada de saber agora, eu vou ver se consigo ir no MASP dia 9 de Novembro, é o que eu consigo fazer no momento (além de assinar as petições).

    Muito obrigada a todos os blogs feministas que tocam em muitos assuntos diversos, isso só enriquece mais o ser humano!

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    1. Dinha, eu também me sinto perdida. Quase não se fala da situação dos indígenas no Brasil e até no mundo. Pelo menos, atualmente, através da internet, a gente fica sabendo de uma coisa ou outra.

      Me sinto mal e de mãos atadas, porque os direitos dos indígenas são completamente invisibilizados até mesmo por quem deveria viabilizá-los.

      Acho essa carta de um indígena americano muito interessante, é antiga, mas ainda tá bem contextualizada :/ http://www.cetesb.sp.gov.br/institucional/institucional/67-carta-do-chefe-seattle

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