terça-feira, 28 de agosto de 2012

Empresas: Menos ego e mais responsabilidade!

Foto por Raphael Araújo

Esse mês de agosto foi marcado pela crítica à publicidade machista em vários coletivos e blogs feministas e acabou por gerar a "Marcha nacional contra a mídia machista", que aconteceu no último sábado, dia 25 de agosto. O estopim dos protestos foi a imagem publicada na página da prudence, marca de preservativos, que fazia apologia ao estupro. Assim, como quem não quer nada, estava escrito lá: "tirar a roupa sem o consentimento dela". Amigos, entendam, sem consentimento é estupro. Seguido à isso, houve o caso da Nova Schin, que nos jogou na cara uma propaganda em que homens se tornam invisíveis e resolvem bolinar mulheres, o que para nossa legislação, configura estupro. 40 segundos de puro horror.

Por que estou novamente falando no assunto? Porque na segunda-feira passada, a DKT que é detentora dos preservativos Prudence, Sutra e Prudence l'amour lançou uma página no Facebook com a intenção de minimizar os danos que a propaganda equivocada causou na sua imagem. 

Vamos ser pragmáticos, não podemos esperar das empresas que elas sejam caridosas e altruístas, o que podemos esperar e exigir é responsabilidade, como forma de agregar valor à marca. Capitalismo é isso aí, onde há lucro o altruísmo praticamente inexiste. Mas isso não tira o valor das iniciativas das empresas para a construção de um mundo melhor. Então, essa é mais uma conquista que conseguimos através do ativismo nas redes sociais, pressionamos uma empresa a mudar sua postura e se responsabilizar pelo seu erro. O resultado está aqui

Achei que a proposta da DKT foi tímida, no sentido de sua efetividade, pois levar propostas à secretaria de políticas públicas para as mulheres não é algo difícil de realizar e já vem sendo feito. Mas o espaço que a DKT criou está aberto à sugestões e quem tiver uma idéia de como ampliar a ação em prol do fim da violência contra a mulher pode se manifestar. Entretanto, ao mesmo tempo que é tímida quanto à efetividade é ousada em atrelar a marca à um tema difícil, doloroso, invisibilizado. Acho que a DKT e a prudence ganham pontos com o público feminino, que também é consumidor, que usa camisinha, que faz sexo.


Foto por ADphotos
Gostaria que tudo isso servisse de exemplo para empresas como a Nova Schin, que tripudiam em cima das consumidoras, ao não admitir seus erros conosco, ao nos bloquear quando deveria nos ouvir. Vale lembrar que a propaganda "Homens invisíveis" saiu do ar, para evitar maiores danos, claro. Mas o estrago está feito e parece irremediável. Não dá para confiar numa empresa que reage às críticas da maneira como a Nova Schin reagiu. Exigimos menos ego e mais responsabilidade.

5 comentários:

  1. O tão questionado ativismo de sofá conseguiu fazer com que a DKT se conscientizasse.

    Só vejo o feminismo crescer cada vez mais, tenho fé que logo, logo a maioria das empresas seguiram esse rumo e passaram a respeitar a mulher. :D

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  2. Menos ego e mais responsabilidade das empresas e da CONAR. Por que essa bosta toda tá aí por causa deles também. Eles também acham super engraçado piada de estupro. Falando em piada de estupro, vocês ficaram sabendo que Wanda Sykes (aquela linda) finalmente criou uma piada de estupro 'engraçada'? Ela a faz em seu stand up.

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  3. Aonde que todas essas empresas desrespeitam as mulheres. Quero só ver qual vai ser o mimimi.

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